Notícias

Pequenas máquinas para os olhos, um grande passo para a agricultura de Nova Pádua. Assim pode ser descrito o trabalho da mini escavadeira e da mini carregadeira que beneficiou cerca de 10 famílias agricultoras no município em apenas duas semanas. A ideia é expandir ainda mais o serviço disponibilizado pela Secretaria da Agricultura que, por debaixo dos parreirais, auxilia a produção rural desde a sua raiz.

“Nós sabemos que a maior parte das propriedades de Nova Pádua trabalham com uva. Quem já está estabelecido, não precisa mais das máquinas pesadas, que não vão debaixo das parreiras. Com essas novas máquinas, ele vai poder aprimorar a produção, renovar parreirais mais antigos, colocar irrigação, enterrar canos, toda essa parte que antes não era feita com subsídio”, explica o secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Samoel Smiderle.

Desde o início do projeto, o serviço de pequenas máquinas foi incluído pela Secretaria no subsídio de 50% a que os agricultores têm direito e contabilizado nas 30h/máquina garantidas pelo município aos seus produtores. Em cerca de 15 dias, até o início desta semana, foram 70 horas prestadas em serviço – e outros seis produtores já estavam com atendimentos agendados na Secretaria da Agricultura.

“Desde que chegaram em Nova Pádua, as máquinas não saíram mais”, conta Smiderle, ressaltando que o cadastramento de empresas para realizarem o serviço ainda está aberto – no momento, apenas uma atende o município, enquanto outra finalizava o credenciamento. Quando o processo terminar, além dos descontos, o produtor poderá escolher qual empresa vai realizar os trabalhos em sua propriedade.

A demanda pelo serviço de pequenas máquinas era antiga: a solicitação foi feita pelo Conselho Jovem Empreendedor Rural no Fórum Municipal da Agricultura, realizado em 2019, que tratou de assuntos como novos subsídios e melhorias no atendimento aos produtores. “Ofertar esse credenciamento possibilita aos agricultores continuarem melhorando as suas propriedades, aumentando a produtividade por hectare, gerando mais receita para eles e para o município”, destaca o prefeito Danrlei Pilatti.

Outro aspecto positivo da medida, levantado por Pilatti, é o incentivo à permanência dos jovens no interior: “Só existirá permanência no meio rural se aplicarmos alta tecnologia”. O agricultor Rodrigo Rossi, de 20 anos, é estudante de Arquitetura e ainda está em dúvida sobre o seu futuro profissional, mas garante que a tecnologia é um atrativo para o trabalho na colônia. “Eu nasci aqui, fui criado aqui. O que antes era feito à mão agora é feito com máquinas. É uma mão de obra a menos para nós, um motivo a menos para sair”, conta.

A propriedade de sua família, no Travessão Mitzel – onde se cultiva alho, cebola, pera, pêssego, caqui, pimentão e, claro, uva – foi uma das primeiras beneficiadas com o serviço de pequenas máquinas. “Era uma proposta do prefeito e nós ficamos antenados. Quando soubemos que tinha aberto o serviço, eu já liguei para o Samoel e marcamos. Não demorou nem uma semana e eles já estão aqui. Foi bem rápido, bem prático”, garante Rossi.

De fato, a praticidade é um dos maiores benefícios do serviço: no local, a máquina arrancava o caule e as raízes, deixando a cova pronta para receber novas mudas. “Antes ficávamos em dúvida se renovávamos o parreiral ou não. Nós deixávamos de fazer o investimento porque faltava esse tipo de subsídio. Agora, o que era feito manualmente e demorava uma, duas semanas, as máquinas fazem em questão de um dia”, encerra o jovem agricultor.